As atividades litúrgicas ou paralitúrgicas da Semana Santa espanhola, independentemente do seu significado religioso ou espiritual, preservam expressões primorosas da história coletiva da qual somos guardiões. Já em 1653 está documentada uma procissão do Santo Cristo na Sexta-feira Santa.
As cenografias relacionadas com antigos dramas litúrgicos ou autos sacramentais têm as suas raízes na religiosidade do barroco. Exemplo disso é o Sermão do Encontro, com a soberba imagem articulada de Cristo caindo da cruz ou a Dolorosa de Augustín de Querol – que depois percorrem as antigas ruas de Tui na chamada procissão de Passos. O Sermão do Desencravo com a sua particular carga cenográfica e a posterior procissão do Santo Enterro não ficam para trás. Entre estes eventos, destacam-se os cortejos processionais que terminam com a viagem de Nossa Senhora da Solidão na madrugada do Sábado Santo, acompanhada exclusivamente por mulheres.
Por outra banda, o Horto das Oliveiras é uma exposição excecional que já era realizada no ano de 1818 na Capela da Misericórdia. Conservada e promovida, como muitas outras tradições, pela Irmandade do Doce Nome de Jesus e Santa Casa da Misericórdia, presente em Tui desde 1542. Esta enriquecedora combinação de fé e cultura, religiosidade e tradição são um tesouro que o povo de Tui preserva como legado secular e que constituem uma atração excecional que enriquece o patrimônio cultural e abrange não apenas os monumentos materiais, mas também essas manifestações efêmeras ou imateriais.
O programa da Semana Santa tudense inclui: procissão dos Ramos, Missa Crismal, Visita aos monumentos, Horta da Oliveira, Sermão e Procissão dos Passos, Sermão do Desencanto e Procissão do Santo Enterro e Procissão da Solidão.