As treboadas ou zés pereiras

Os Zés Pereiras são uma formação musical e também uma estrutura melódica. Estes grupos são típicos do Alto Minho português e do Baixo Minho galego onde são chamados de treboadas (trovoadas). A sua principal característica é o uso de “bombos de malhada”, grandes bombos que são tocados com as duas mãos. Hoje, entende-se por Zés Pereiras uma formação que inclui como base: gaita de foles, caixa e pelo menos dois bombos. Novas e diferentes combinações podem ser adicionadas. Antigamente, o nome aplicado a qualquer formação era o de gaiteiro.

No Alto Minho português, são conhecidos por esse nome em referência aos Zés-Pereiras, nome popularmente dado aos grandes bombos aí existentes. Na década de 1940, devido às políticas fronteiriças do Estado Novo de Salazar e do regime franquista, as formações portuguesas evoluíram de forma diferente das galegas. No lado português, as concertinas substituíram as gaitas de foles nos trabalhos melódicos e os bombos ganharam destaque, até existem, hoje em dia, Zés Pereiras que carregam exclusivamente bombos e tambores.

No Baixo Minho, as Treboadas percorrem as aldeias da freguesia apresentando, à entrada de cada aldeia, algumas melodias em ritmo binário. Cada uma das freguesias que participava neste costume tinha uma melodia própria e diferente acompanhada por um toque característico dos “bombos de malhada”. Antigamente, no dia 15 de agosto, cada uma das formações do Baixo Minho saía para tocar na sua freguesia, encontrando-se finalmente no Monte Tegra onde organizavam um grande e barulhento encontro em que o protagonismo era dos “bombos de malhada”.