“Taxicar cabacas e tupos a ghoucha” ou seja, fazer telhas e tijolos à mão, era o ofício dos telheiros, conhecidos na zona de Salnés e Baixo Minho pelo nome de cabaqueiros por trabalharem a cabaça (azulejo) na cabaqueira (telha). Quem o praticava tinha de sair de casa durante cinco ou seis meses em verão, para desenvolverem o seu trabalho em todo o território espanhol, geralmente em Castela. Um trabalho árduo que era recompensado quando, no dia das Festas da Pilarica, os “cabaqueiros” regressam à casa e celebram esta efeméride na companhia das suas famílias. É por isso que todo dia 12 de outubro o município de O Rosal homenageia esse ofício até hoje gravado na memória de seus moradores. Os cabaqueiros usavam um jargão ou gíria para se comunicarem. Falamos de gíria pela definição da Real Academia Galega como “a língua particular de um determinado grupo social, especialmente dos membros de determinados ofícios ou profissões”. Os cabaqueiros usavam-na com relativa regularidade e, segundo a teoria mais difundida, faziam-no para não serem compreendidos nos locais onde se deslocavam para desenvolver o seu ofício durante a época de trabalho. Esta língua, inicialmente limitada a esta atividade, só era conhecida e praticada pelos Baixo Minhotos, especialmente os das localidades de O Rosal e A Guarda. A linguagem não se limitava apenas à terminologia relacionada ao trabalho, o seu vocabulário e contexto de aplicação era extensivo a todas as áreas.
bibliografia
- ÁLVAREZ ÁLVAREZ, Domingo. Jergas de Galicia: la de los tejeros, canteros, albañiles y paragüeros. Tomiño, 1965.
- GONZÁLEZ MARTÍNEZ, Praxiteles. Embajadores de los infiernos: historia y lenguaje de los “cabaqueiros”. O Rosal, Pontevedra. 1995.
- MARTÍNEZ TAMUXE, Xoán. Memoria da Festa do Cabaqueiro. Delegación de Cultura. Servicio de Publicacións Concello de O Rosal. Varios anos: 1988-2012.
- VERBO DE CABAQUEIRO. (2013, 20 septiembre). Recuperado de https://casadosoficiosdorosal.wordpress.com/verbo-de-cabaqueiro/
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