Cultura marítima e fluvial
Rituais coletivos
Tomiño
Valença do Minho
Segunda-feira de Páscoa

O lanço da cruz recria a antiga prática do lanço da cruz que se realizava todas as segundas-feiras de Páscoa em ambas as margens do final do Rio Minho. O ritual reúne toda a comunidade que, após a passagem do Pároco com a cruz pelas casas, desce ao rio para assistir à bênção dos barcos e redes pelo Padre. As raízes deste ritual remontam a vários séculos e encerram uma rica cenografia. O Pároco sobe ao barco acompanhado pelos barqueiros e, sob o olhar atento da vizinhança, abençoa as redes em busca de uma boa pescaria. O acordo era que a pesca da primeira pescaria era o pagamento do Padre. Também nesse dia, barcos e barqueiros eram abençoados para que o “Minho não cobrisse o seu foro”. Como a romaria era compartilhada pelas comunidades de ambas as margens, há um encontro no meio do rio entre padres e barqueiros. Atualmente, o ritual continua a ser realizado como foi transmitido pelo povo. Traz consigo uma aproximação entre os vizinhos das duas margens que nesse dia atravessam a Galiza e Portugal, respetivamente, numa demonstração de amizade e defesa da cultura raia.

bibliografia

  • Alonso, Eliseo: Los ríos de Pontevedra, ed. Federación Española de Pesca y Actividades Acuáticas, nº13,1966
  • Martíns, A. (2011). Lanzo das Imaxes
  • N., & Imaxens, L. D. (s. f.). Entender o Lanzo – Lanzo Da Cruz