Tradições e expressões orais
Conceções míticas e lendárias
Melgaço

A Lenda de Inês Negra aconteceu em 1388, no Reinado de D. João I, durante a guerra pela independência de Portugal contra Castela. Nesta contenda, a aristocracia e terras portuguesas de fronteira estavam divididas entre as duas causas – portuguesa e castelhana – o que provocava guerras e escaramuças constantes na raia entre as duas fações. Melgaço tinha-se juntado à causa castelhana e assim, Inês Negra, mulher do povo fiel à causa portuguesa, abandonou a sua cidade com convicção.

Quando O Rei D. João I decidiu reconquistar Melgaço, Inês Negra juntou-se às suas hostes, porém os dois exércitos nunca chegaram a defrontar-se. Como era comum nesta época, a batalha – que traria grande perda de vidas – foi substituída por um torneio. No caso de Melgaço entre a Inês Negra e a sua rival – a “Arrenegada”, que apoiava os castelhanos. Ambos os exércitos concordaram em substituir a batalha pelo duelo entre as duas mulheres que começou à espada.

Relata a lenda que os portugueses temeram por Inês Negra quando a “Arrenegada” fez saltar a espada das mãos de Inês com um golpe furioso. Sem arma, Inês apoderou-se da forquilha de um camponês e retomou a luta. Um grito de dor gelou a assistência, que não conseguia perceber qual das duas tinha vencidovencera. Foi então que a “Arrenegada” levantou-se e fugiu para o castelo, tapando as nódoas e o sangue do rosto com as mãos.

Os castelhanos abandonaram Melgaço no dia seguinte e D. João I quis recompensar a heroína, mas esta respondeu que estava plenamente recompensada pela sova que tinha dado à sua inimiga.

bibliografia

  • Campelo, A. (2002). Lendas do Vale do Minho. Valença: Edição Associação de Municípios do Vale do Minho.
  • Letria, J.J. (1995). O Dia de Inês Negra. Col: Cronos/Teatro. Melgaço: Centro Cultural do Alto Minho.

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