O Auto da Floripes é uma prática performativa de periodicidade anual. É preparado pelos habitantes das freguesias de Mujães, Barroselas e Vila de Punhe, no Vale do Neiva, Viana do Castelo, e levado a cena no largo do lugar de Neves no dia 5 de Agosto, integrado assim nos festejos da Nossa Senhora das Neves.
A peça conta um episódio de cavalaria, imaginário, que mistura referências históricas com figuras reais e ficionadas de várias épocas. Insere-se no conjunto de eventos teatrais tradicionais que opõem cristãos a mouros. Estes eventos são comuns em celebrações tradicionais ibéricas. Neste caso, os mouros são substituídos por turcos e é dada uma grande importância ao duelo, sobretudo verbal e ideológico, entre dois heróis: Oliveiros e Ferrabrás. A personagem Floripes, irmã de Ferrabrás é a única personagem feminina da peça, tem um papel essencial no enredo. A atuação obedece a um guião textual e cénico definido que é transmitido geracionalmente, com poucas variações.
O guião escrito tem origem no romance de cavalaria “História de Carlos Magno” publicado em francês no fim do século XV. O texto em que se baseia este auto foi traduzido e publicado em português no século XVIII. Apesar de ser clara esta origem literária do guião, o mesmo foi transmitido oralmente por várias gerações iletradas até voltar a ser fixado em texto por volta de 1940 por Leandro Quintas Neves.
bibliografia
- Auto da Floripes - memoriamedia. (s. f.). https://www.memoriamedia.net/index.php/auto-de-floripes
- Mouzinho, S. (2022). O AUTO DA FLORIPES. Secuencias, (54), 113–114. https://revistas.uam.es/secuencias/article/view/15420
- RAPOSO, Paulo (1998) “ O Auto da Floripes: “cultura Popular”, Etnógrafos, Intelectuais e Artistas” in Etnográfica, Vol. II (2), 1998, pp. 189-219. In http://ceas.iscte.pt/etnografica/docs/vol_02/N2/Vol_ii_N2_01pauloraposo.pdf
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