O património imaterial derivado da carpintaria costeira na Galiza representa a memória coletiva da cultura marítima da região e a capacidade dos carpinteiros se adaptarem às condições de cada lugar. O carocho é uma embarcação característica do fim do Rio Minho, utilizada, tanto na Galiza como em Portugal, para a pesca e transporte de passageiros e mercadorias.
O tipo de construção do carocho é igual ao da dorna, “em calme”, totalmente diferente ao resto das embarcações galegas, construídas “a tope”. A sua cor tradicional é o preto e sua vela é pequena com um formato peculiar. Caracteriza-se por ser um barco muito alongado com uma proa pontiaguda e uma popa praticamente simétrica. Nos últimos anos, alguns dos poucos exemplos sobreviventes dessas embarcações tradicionais viram a sua popa alterada para acomodar um motor de popa. A semelhança da construção da dorna e do carocho com as embarcações nórdicas, ligada ao facto de estas últimas tipologias aparecerem apenas nos dois lugares por onde os normandos faziam as suas incursões na Galiza (Ria de Arousa para atacar Santiago e o Minho para atacar Tui), é a razão pela qual existem autores que acreditam que as origens da dorna e do carocho estão nas invasões vikings que a Galiza sofreu entre os séculos IX e XII.
Atualmente podemos ver o barco anguleiro, carocho ou barco do Minho, principalmente na área de Goián e Vila Nova de Cerveira.
bibliografia
- Culturmar. (2017, 4 diciembre). Que embarcación é? Guía de embarcacións tradicionais de Galicia. https://culturmar.org/publicacion/embarcacion-guia-de-embarcacions-tradicionais-de-galicia/
- Mórling, Staffan, Las embarcaciones tradicionales en Galicia, Santiago, 1989, págs. 303 a 315
- Riaño, P. H. (2017, julio). Las barcas gallegas serán protegidas como la Catedral de Santiago. https://asociacionsueste.blogspot.com/2017/07/?m=0
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