Usos sociais, rituais e eventos festivos
Conceções e práticas mágico-religiosas
Tui
27 de Janeiro

O culto de São Julião no Monte Aloia realiza-se a 27 de janeiro todos os anos na capela homónima, com a celebração de várias missas e a procissão com a imagem do santo que percorre a ermida. Pessoas de todos os cantos vêm e participam, acompanhadas das respetivas cruzes paroquiais. Dá-se esmola e trazem-se produtos que depois são vendidos, nos tradicionais leilões, antes da reintrodução na capela da imagem de São Julião e da Virgem das Angústias. Antigamente havia leilão dos nadas, “pão por pão”, e depois das oferendas feitas (cascos, ovos, etc.) eram oferecidas galinhas pretas e pintos a São Julião, que também eram leiloadas.

Domingo Cameselle Bastos aponta que São Julião era invocado para curar males da cabeça: “são típicas as “troupadelas”, três golpes que os devotos dão com o “peto” ou cepilho do santo na cabeça para aliviar estes males”. Um costume ou tradição que se continua a fazer.

Existem outros dois espaços no cume da Aloia ligados à devoção a São Julião. Por um lado, a chamada “Cama do Santo”, uma larga pedra, com uma fenda ao lado onde não cresce a relva. A tradição diz que era ali que o santo viveu e, depois do seu martírio, o seu corpo também apareceu nesse lugar. Os devotos vêm rezar ao santo e antes de partir dão três croques para se protegerem dos males da cabeça, dos quais São Julião é advogado. Uma variante dessa tradição é deitar-se na cavidade mencionada para curar doenças como enxaquecas e dores no pescoço.

Existem outras tradições que ligam este espaço a rituais de fertilidade. Ao ter forma de cama tem a virtude de promover a fertilidade de quem dela necessita. Casais que não conseguem ter filhos vêm para este lugar e fazem o que é preciso para se reproduzir. Junto ao buraco encontra-se uma pedra solta que serve de almofada para isso.

O segundo espaço ligado ao santo é a chamada “Fonte do Santo” e tem uma centena de degraus que os devotos subiam de joelhos enquanto rezavam. A tradição diz que um mártir foi enterrado sob cada uma das etapas.

bibliografia

  • Romero, A. (2018). Aloianos (1.a ed.). Reediciones Anómalas.
  • San Xulián do monte Aloia, devocións e tradicións. (2022, enero). Tudensia. http://tudensia.blogspot.com/2022/01/san-xulian-do-monte-aloia-devocions-e.html

Créditos da imagem de destaque

www.galiciamaxica.eu