Romaria da Franqueira

A romaria da Franqueira são na verdade duas romarias que reúnem todos os anos milhares de fiéis em torno do culto da Virgem da Franqueira, também chamada de Paradanta ou da Fonte. O santuário de Santa Maria da Franqueira é a meta das duas romarias anuais. Esta tradição é transmitida de geração em geração, sobrevivendo no tempo desde 1594, de onde provém a primeira legislação e registo das mesmas. Na segunda-feira de Pentecostes (cinquenta e um dias depois da Páscoa) celebram-se as chamadas “pascuillas” da Franqueira. Esta celebração está ligada ao ritual de fertilidade do ciclo agrícola. Sem dúvida, esta é a maior romaria de todas as que se celebram nas comarcas de Condado-Paradanta, tanto pelo número de pessoas que se reúnem nesse dia na paróquia do município de Cañiza, como pela participação ativa do bairro das freguesias e das diferentes comarcas da região, sendo em muitas delas uma feira local (A Cañiza, Covelo, Mondariz, Mondariz Balneário…). O pequeno município de Balneário de Mondariz, com uma única paróquia sob o patrocínio da Virgem de Lourdes, tem participado com grande intensidade desta romaria desde a sua fundação em 1924. Destaca-se a canção “Romaxe da Franqueira”, que se repete em todas as etapas do passeio. Esta canção reproduz o poema escrito há 100 anos por Ramón Cabanillas. Consiste numa peregrinação de 15 km que separa a vila termal do santuário da Franqueira. A Romaria da Natividade da Virgem é celebrada nos dias 7, 8 e 9 de setembro. É a mais numerosa, estando a igreja cheia de devotos galegos e portugueses. Primeiro celebra-se uma missa ao meio-dia, depois a imagem da Virgem da Fonte é levada em procissão num carro puxado por uma parelha de bois vendados. Na frente, quatro duplas de jovens dançam batendo paus ao som da música. Há também uma representação da luta entre o príncipe mouro e um devoto cristão, em memória de um dos milagres atribuídos à Virgem: a libertação de um cristão preso em Argel. A festa termina com um almoço no templo.