Os cesteiros constituíam um dos ofícios mais importantes da região de Mondariz que, como outras guildas, tinha um jargão específico. A sua fala tem um valor linguístico importante. Esses profissionais utilizam jargões específicos para comunicar-se e são capazes de impedir que os não iniciados tenham acesso aos seus conhecimentos. A transmissão de conhecimentos especializados sobre ofícios também está por vezes ligada a formas de reprodução do emprego, o que explica por que alguns ofícios são transmitidos apenas a membros da família. Esta linguagem oculta era para estes homens um sinal de identidade que lhes conferia uma diferenciação face ao resto das pessoas, conferindo-lhes mais auto-estima e, por conseguinte, uma certa sensação de segurança no quadro sócio-laboral em que tinham de exercer fora de seu trabalho; além disso, e não menos importante, proporcionou unidade entre os membros do coletivo. Este é um jargão que autores como Enrique Peinador ou Fermín Brouza-Rey estudaram com detalhe.
bibliografia
- Gomes, J. (2007). Relaçons lingüísticas entre gírias gremiais e os argots dos ámbitos sociais marginais. Agália: Publicaçom Internacional Da Associaçom Galega Da Lingua, 91, 65–81
- Bouza Brey, F. (1922-1954). Os cesteiros galegos de Mondariz e a súa fala gremial, Homenaje a Fritz Krüger, Mendoza, Universidad de Cuyo, vol II (1954) 403-435
- Peinador, E. (1922). Vocabulario dos cesteiros de Mondariz. Nós, Ano III (Número 11)
- Pintor, V. X. (2004). Tal Era Vivir / Such Was Life: OS Vellos Oficios III (Edicion Literaria) (Galician Edition) (edición). Edicións Xerais.
Créditos da imagem de destaque
Cesteiros de Mondariz, 1933 | Foto: Solá (Galiza Agraria)